Obrigada por ter estado por aqui. Espero que as postagens lhe tenha sido útil.
Que 2022 seja suave para você, que traga saúde, paz para trabalhar e muito amor.
Blog Educacional,Indicações,comentários e sugestões metodológicas para leitura e escrita escolar.
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Comentei no penúltimo post sobre o trabalho de análise textual no qual venho trabalhando sobre Leitura e Compreensão de Charges. Também comentei:
"falo sobre o processo dessa pesquisa em outro post, já que teve muita confusão nas escolas. Obrigada aos professores pelo apoio e pela briga boa!"
A confusão aconteceu porque professores de 3 escolas envolvidas no projeto quase foram impedidas de usar essa charge, gentilmente cedida pelo @LatuffCartoons:
Lendo :
Um resuminho da editora:
O mês de setembro de 1822 testemunhou eventos que mudaram a história do Brasil e que completam duzentos anos em 2022.Nessa obra, um insólito encontro entre um brasileiro, um português e um cativo africano gera uma jornada para evitar a recolonização do país, risco eminente após o retorno da corte portuguesa para Lisboa.
O livro está à venda na editora Giostri, aqui.
Ah, e o Marcus é um mineiro muito gente boa, sempre com dicas legais para professores, no Twitter. Siga-o: @radiohistoria,
Também organizando 3 seminários. Um deles on-line, que se der tempo ainda sai esse ano(depende de um monte de coisas e de disponibilidades dos palestrantes) sobre leitura/ literatura e redes sociais. E como isso pode ajudar na escola.
Assim que estiver tudo definido aviso aqui.
Análise de textos de alunos sobre leitura de Charges a mil por hora (falo sobre o processo dessa pesquisa em outro post, já que teve muuita confusão nas escolas. Obrigada aos professores pelo apoio e pela briga boa!) e análise do discurso no Twitter, idem (tô morando por lá!).
E até novembro saem mais dois números da Revista Tecnologias na Educação. Estamos terminando a análise dos textos. Aliás, êta equipe boa, que topa trabalhar pelas madrugadas. Gratíssima pela ajuda!
E, se vc está em São Paulo, aproveite a exposição "Constelação Clarice", que mostra as conexões de Clarice Lispector com as artes plásticas, no Instituto Moreira Salles. Informações aqui.
E deixo aqui o post com o qual o Veríssimo nos presenteou ontem:
Se sobreviver às próximas semanas, volto logo :(
Bom fim de semana pra vocês, porque aqui, nas montanhas de Minas, só tem chuva e friiiio!☔
Hoje é dia das Crianças!
E é dia de agradecer a criançada que passou e passa pela minha vida. E por isso, vou contar uma historinha de como as crianças motivaram meu trabalho.
Pegue um café e vá lendo.
Anos 90. Aceito
o desafio de coordenar um projeto de alfabetização em 48 escolas rurais. Isso
foi há um looongo tempo!
Deparo-me com livros didáticos muito ruins, em todas as escolas. Para terem uma ideia, o livro de português era todo ilustrado em cinza e azul marinho. E os textos eram do tipo Eva viu a Uva. Bem no estilo dessa tirinha da Mafalda:
Como professora de português e estudiosa sobre alfabetização usar aquilo era inadmissível.
Daí, vencido o boicote das professoras passamos a usar receitas, rótulos, folhetos de supermercado e tudo que remetesse à função social da leitura e da escrita.
Mas, as professoras e a chefe cobravam a leitura de livros. Bom, eu sempre escrevi muito. Então escrever literatura infantil era o caminho.
Começo a produzir livros com os recursos que tínhamos à época: Máquina de escrever, xerox e nanquim. E uma amiga ilustrava os livros, enquanto eu ia escrevendo. Em preto e branco, porque era o que tínhamos.
E enquanto tudo isso rolava eu tinha que visitar cada dia uma escola, para ver como a coisa andava e ajudar professoras e alunos. O projeto começa a dar muito certo. E as crianças, que antes apostavam que nenhum escritor iria à escola delas, começam a ficar bem íntimas e passam a pedir histórias disso, histórias daquilo. Teve até pedido de histórias sobre esqueleto 😲E o filho e os sobrinhos também davam palpites. E eu escrevia.
E isso rendeu 22 livros.
E os alunos coloriam, faziam outras histórias a partir das minhas, faziam outras ilustrações e me mandavam, junto com bilhetinhos.
Vendo como eles gostavam de criar suas próprias ilustrações resolvi enviar, para todas as escolas, um livro só com o texto para que eles ilustrassem a história. E fiz um concurso, com banca e tudo, que escolheu as ilustrações mais legais. Não importava se eram bonitas ou não. Importante era ser legal.
Essas, aí abaixo, são algumas páginas de um livro que eles ilustraram.
As crianças colocaram no desenho a compreensão que elas tiveram do texto. E eu adorei. 💓
Final do ano, molecada toda lendo e escrevendo pra caramba. Os livros foram enviados para todas as escolas, deixando de ser material exclusivo para zona rural, graças à secretária de educação que era uma educadora de verdade.
Depois de 4 anos, o projeto foi premiado como um dos 20 melhores projetos de alfabetização do Brasil, pela rede Latino-Americana de Alfabetização Integral. E isso me permitiu viajar quase todo o país, mostrando o trabalho. E conheci gente fantástica. Gente que dá o sangue para alfabetizar uma turma. E os livrinhos foram juntos. Muitas cidades passaram a usá-los como suporte para a alfabetização e cartinhas e desenhos chegaram a mim, de todo o país.
E o melhor de tudo isso foi a cartinha que recebi de uma aluna.
Quase um Oscar, escrito em papel de seda.
E aí veio a
pandemia. E o caos nas escolas.
Muitos
professores que já me conheciam e outras que eu não conhecia, pediram ajuda. E mesmo estando envolvida em outros projetos, lá fomos
nós. E deu certo de novo. E os livrinhos e todo o meu material didático voltou
a circular por aí, principalmente para alfabetização.
Vou ver se
arranjo um tempo para digitalizar os livros e disponibilizar aqui no blog. E
quem quiser, poderá usar com seus alunos, sem custo algum, porque não fiz esses
livros pra ganhar dinheiro. Como professora eu já sou rycah!😊
Assim que
estiver pronto, aviso aqui.
Ah, e esse
trabalho migrou pra dois blogs: O Historinhas onde a garotada dizia o que
deveria acontecer com os personagens e esse aqui, onde dou palpites aos
professores sobre o que pode ser feito em sala de aula.
O Historinhas
não está mais on-line, foi “sumido” pelo servidor do Terra, mas rendeu um artigo
apresentado na SBIE, em 2005, e que é citado até hoje. Chique, né?
Tá
disponível aqui:
https://br-ie.org/pub/index.php/sbie/article/view/416/402
E você ? Seus alunos influenciaram seu trabalho?
Essa semana o cartunista Nani se foi, vítima da Covid. Mais um cérebro roubado desse país desgovernado.
Para quem não o conhece, Nani foi um cartunista que publicava em jornais, revistas, e que também atuava em roteiros de televisão. Além de tirinhas e charges ele também produziu livros infantis.
Como sempre trabalhei muito com jornal em sala de aula (hoje tá difícil,né?) e organizei muito curso para professores sobre o assunto, dois livros do Nani foram essenciais para isso.
Os livros "O jornal do menininho" e o "Outro Jornal do menininho" explica de forma bastante lúdica, como um menino criou seu próprio jornal.
O "Jornal do Menininho" tem a primeira edição em 1991 e o segundo livro foi publicado em 2003.
Você pode encontrar outros livros infantis, na página do Nani, na seção Livros Infantis, clicando aqui.
Mas, o último livro dele, específico para alfabetização, ainda não está no site do autor. Está disponível apenas no site da editora. É o livro "Tem outra palavra". Nele o autor brinca com palavras dentro de palavras, uma atividade linguística interessante no processo de alfabetização e que pode desencadear inúmeras atividades com palavras de diferentes textos.
Esse livro pode ser adquirido no site da editora Compor, aqui.
E, se você quiser usar atividades de leitura de jornal de forma crítica, em suas aulas, sugerimos o clássico livro da professora Maria Alice Faria, da Editora Contexto: "O Jornal na Sala de Aula". A primeira edição é de 1996 e eu dei sorte de encontrá-lo na Feira do Livro do COLE (Congresso de Leitura do Brasil), na UNICAMP. Aliás, essa pandemia precisa acabar, pra gente poder ir a esse Congresso novamente. Não há melhor espaço/evento pra conhecer gente, reencontrar amigos e aprender muito sobre leitura e escrita, porque todos os pesquisadores do assunto se encontram lá.
Da mesma autora temos 'Como usar o jornal na sala de aula" e os dois livros podem ser encontrados baratinhos na Amazon (infelizmente, não estou sendo paga para indicar 😕).
E, quanto ao Nani, que ele fique em paz, pois fez muita gente feliz.
Obrigada por ter estado por aqui. Espero que as postagens lhe tenha sido útil. Que 2022 seja suave para você, que traga saúde, paz para tra...