Sabe o que ela quer dizer?
Nem eu...
Só sei que é alguma coisa escrita em árabe.
Pois é assim que um analfabeto vê o mundo.Ele vê a imagem mas não consegue atribuir significados a ela. Vê a imagem e não consegue descobrir para que serve aquilo.
É claro que os analfabetos desenvolvem códigos de leitura para sobreviver, como por exemplo, usar a cor dos ônibus ou o número, para saber qual deles é o que pode levá-lo para casa.
Mas, isto não é suficiente para compreender e/ou interferir no mundo, com suas idéias e opiniões.
Só sei que é alguma coisa escrita em árabe.
Pois é assim que um analfabeto vê o mundo.Ele vê a imagem mas não consegue atribuir significados a ela. Vê a imagem e não consegue descobrir para que serve aquilo.
É claro que os analfabetos desenvolvem códigos de leitura para sobreviver, como por exemplo, usar a cor dos ônibus ou o número, para saber qual deles é o que pode levá-lo para casa.
Mas, isto não é suficiente para compreender e/ou interferir no mundo, com suas idéias e opiniões.
Hoje já podemos encontrar pelo menos três tipos de analfabetos. O analfabeto que desconhe e que portanto, não sabe usar os códigos da leitura e da escrita. O analfabeto funcional, que conhece os códigos mas não sabe quando e como usá-los e o analfabeto digital, aquele domina os códigos da leitura, da escrita e de seus usos, mas que ainda não teve oportunidade de aprender a usar um computador, ou usa de forma inadequada ( sobre este irei escrever em outro post).
E o que podemos fazer?
Como professores podemos tentar mudar, pelo menos o primeiro e o segundo tipos de analfabetos. Podemos mudar a situação que encontramos em muitas escolas, em que alunos no 4º, 5º,6º ano de escolaridade, não sabem ler, compreender, escrever um texto, ou preencher um Curriculum, para conseguir um emprego.
E o que podemos fazer?
Como professores podemos tentar mudar, pelo menos o primeiro e o segundo tipos de analfabetos. Podemos mudar a situação que encontramos em muitas escolas, em que alunos no 4º, 5º,6º ano de escolaridade, não sabem ler, compreender, escrever um texto, ou preencher um Curriculum, para conseguir um emprego.
Estes são aqueles alunos que só agora estão aparecendo nas estatísticas das provas institucionais. Aqueles que passaram por anos e anos de aprovação automática e que, infelizmente, ainda continuam analfabetos ou analfabetos funcionais. Pois é.
Para este tipo de aluno só tem um jeito: trabalharmos em sala de aula, dando oportunidades a eles, não os deixando de lado, como se fossem incapazes. Oferecendo para leitura e escrita em todas as disciplinas/conteúdos, situações reais de uso da língua. Da língua que ele vai usar e precisar fora da escola e, isto, dificilmente, inclui a decoreba de verbos ou de gramática. Oferecer a este aluno uma diversidade de textos reais, para que ele compreenda que o que se lê, escreve, aprende na sala de aula, também se usa lá fora.
Para este tipo de aluno só tem um jeito: trabalharmos em sala de aula, dando oportunidades a eles, não os deixando de lado, como se fossem incapazes. Oferecendo para leitura e escrita em todas as disciplinas/conteúdos, situações reais de uso da língua. Da língua que ele vai usar e precisar fora da escola e, isto, dificilmente, inclui a decoreba de verbos ou de gramática. Oferecer a este aluno uma diversidade de textos reais, para que ele compreenda que o que se lê, escreve, aprende na sala de aula, também se usa lá fora.
E ajudar este aluno a reler o mundo, como disse Paulo Freire:
“A leitura do mundo precede a leitura da palavra, daí que a posterior leitura desta não pode prescindir da continuidade da leitura daquele (A palavra que eu digo sai do mundo que estou lendo, mas a palavra que sai do mundo que eu estou lendo vai além dele). (...) Se for capaz de escrever minha palavra estarei, de certa forma transformando o mundo. O ato de ler o mundo implica uma leitura dentro e fora de mim. Implica na relação que eu tenho com esse mundo”.
(Paulo Freire – Abertura do Congresso Brasileiro de Leitura – COLE- Campinas, novembro de 1981).
E, para isto, use e abuse das sugestões deste blog, ok?
Fátima, você tem toda a razao. Existem 3 tipos de analfabeto. Mas o primeiro é alarmante.
ResponderExcluirNao poder entender o que está escrito num bilhete numa época como a de hoje é vergonhoso.
Gostei muito que você focalizou a "mudanca do professor." Por quê? Porque penso que todas as mudancas para um bom aprendizado parte em primeiro lugar na qualidade desse professor, no interesse desse professor. Muito bom. E citar Paulo Freire, foi simplesmente fantástico como fechamento. Perfeito.
Muito obrigada pela participacao.
Beijao
Bom dia, estou visitando os blogs que estão confirmados na blogagem contra o analfabetismo... Parabéns pelo seu post e por abraçar a causa...Bju ;)
ResponderExcluirOlá Fátima,
ResponderExcluirParabéns! Achei maravilhosa a idéia de colocar a palavra em árabe. Você acredita que eu me reportei realmente ao mundo dos analfabetos. Me deu um frio na espinha!!! Nós somos privilegiadas por nunca termos sentido o que é ser "analfabeto" dentro do próprio ´país. Agora a sensação de impotência deve ser terrível. Parabéns mesmo. A idéia foi sublime.
Com carinho
Cybele Meyer
Eu também já fiz a minha postagem. Vá lá ler, ok!
bjs
Fátima,
ResponderExcluirVim conhecer seu blog através da blogagem coletiva da Georgia ao qual tb participo.
Gostei como iniciou o texto comparando uma escrita q não estamos habituados a visão do analfabeto. Triste realidade brasileira, mas nunca é tarde pra mudar.
Big Beijos