terça-feira, outubro 27, 2009

a questão dos métodos

Reportagem de ontem da Folha de São Paulo apresentava o seguinte título:

Método fônico avança na alfabetização.

Segundo a notícia, o prof. Capovilla argumenta que:
"A ciência demonstrou que o fônico é mais eficaz, especialmente para os mais pobres".

Este tipo de notícia me deixa arrepiada.
Só quem nunca atuou em escola pública , não tem formação em magistério e não tem idéia de que a escola é o único espaço de aquisição de conhecimentos da maioria da população(e por isto merece ler textos decentes),poderia fazer uma afirmação destas.
Afirmar que para os mais pobres ficar fazendo barulhinho imitando fonemas para só depois ler e escrever é substimar a capacidade de nossas crianças.

Penso que só quem entende do assunto deveria opinar sobre alfabetização/letramento. E tem muita gente competente e com experiência de alfabetização, de verdade, neste país.

Se você ainda não leu a notícia, clique neste link.

5 comentários:

  1. Oi Fátima,

    É impressionante como as pessoas acham que para cada classe social há uma fórmula ideal. Preconceito sem limites.

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  2. Olá, Fátima!
    Lembro de uma passagem do Pedro Demo, "escola pobre para o pobre", crítica alusiva à escola pública. Andamos desenvolvendo a mediação e possibilitando através de andaimagem a fazer acadêmicos de Pedagogia compreenderem a diferença entre escrita como código e enquanto representação. Ontem, os alunos disseram que "representação" é desenho e definiram que seria idéia, imaginação, sentimento, expressão, pensamento. De quê? E perguntei sobre os desenhos de massa: todos aprenderam a desenhar a mesma casa, a mesma árvore e a mesma flor e há muito tempo atrás e continuam a desenhar. Sem histórias? A criança desenha o que sente e pensa? Ou faz o desenho mais bonitinho que aprendeu? Para quê? A quem? Ela dominou um "código" dentro do sistema da escola, mas, não sabe usar até porque acha chato, aos poucos abandona seus desenhos, assim como a escrita. Todos querem se apropriar do código para passar de ano, e por onde anda a produção de sentidos e a reinvenção da escrita? Não há narrativa nos desenhos-representação da criança?
    Ler um comentário deste do jornal é oportunizar a ampliação do debate, não há um convencimento sem contrariedades. Boa abertura Fátima. Quem escreveu? Quem discute? Vamos discutir sobre a cura da Aids e fazer críticas à medicina que ainda nada descobriu? Vamos voltar ao passado saudosos quando o assunto não era divulgado, só porque o assunto é social - de interesse de todos? A quem compete levantar a polêmica e quem tem o mérito da discussão? Há muita falta de apropriação do conhecimento para só falar na superfície. Muito leviano seria se disséssemos que a Medicina está errada sem apontar premissas consistentes. De que lugar falamos? Temos competência para adentrar na discussão?
    O debate é apaixonante, desculpe-me a extensão. Não calemos!
    Aquele Abraço!
    Maria do Rocio

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  3. Oi,Débora:
    bom ter vc de volta,nos comentários e em seu blog.

    É inadmissível este tipo de preconceito, como se alunos pobres fossem menos inteligentes.

    Vou passar no seu blog porque quero comentar o post sobre internetês.

    Bjs

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  4. Oi Fátima
    Tenho a impressão de que o debate sobre métodos fônicos é interessante do ponto de vista editorial, pois a produção de cartilhas para mais sistemas educacionais (inclusive públicos)pode ser um bom negócio...

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  5. Olá Fátima, sou Adrianne, professora do RJ e como você me arrepia a difusão das ideias desse senhor. Não sei se conheces o texto que Telma Weisz fez em resposta a algumas das colocações de Capovilla, excelente para pensarmos criticamente e irmos fazendo massa crítica para contrapor a essas ideias. Se tiver interesse, entre em contato.
    Visite também meu blog, nossos temas se cruzam! abraço,

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